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bem-vindos ao meu Blog !!!!
Um
espaço especial para trocarmos ideias e discutirmos vários assuntos tais como vida,
relacionamento, amor, amizade, trabalho, carreira, psicoterapia e assuntos
contemporâneos.
Vamos
começar com um tema atual: as amizades nas redes sociais. Depois de algum tempo
envolvida com esse tema em minha dissertação de mestrado, venho por aqui trocar
parte da minha pesquisa.
Amizades
nas redes sociais
Identificando o modo peculiar como as pessoas configuram suas relações
de amizade virtuais podemos afirmar que as inovações tecnológicas ocorridas nas
últimas décadas criaram novos vínculos na vida cotidiana. A produção dos
relacionamentos e interações no cenário virtual de nossa sociedade
contemporânea comprova o aglomerado de humanos e não humanos envolvidos nas
redes sociais. Na argumentação de Aristóteles “A presença de amigos parece ser desejável em todas as circunstâncias” (1987),
dessa forma poderíamos refletir um pouco sobre essas novas modalidades de
relacionamento.
O
espaço e tempo nas relações foram afetados e alterados com a nova realidade
tecnológica, expandindo os limites e fronteiras humanas e, desse modo,
transformando as relações sociais. Podemos afirmar que hoje, mais do que nunca,
as pessoas constroem redes de contato onde compartilham suas vidas privadas
estreitando laços sociais. Esse argumento é sustentado por alguns autores
quando afirmam: “o usuário expõe a sua vida e suas informações ao mesmo tempo
em que se relaciona com amigos e pessoas de mesmo interesse. [...] O espírito,
no entanto, é o mesmo: ampliar as formas de relação entre as pessoas,
modificando a esfera pública” (LEMOS
& LÉVY, 2010).
Apesar de algumas controvérsias sobre
essa modalidade de relacionamento, seria importante refletir sobre a própria
amizade a partir das argumentações de alguns filósofos e suas diversas
concepções em diferentes momentos da história.
De forma resumida, Platão concebe a presença
do amigo como algo fundamental em nossas vidas. Aristóteles afirma que o
destino do homem seria viver com os amigos além de fazer considerações
importantes sobre como conceber as diferentes fomas de amizades. Em Sêneca, encontramos respostas que parecem reforçar o
impulso que o homem tem para procurar amigos. Ao caracterizar o conceito do
amigo, Cícero indica que a natureza humana é moldada para viver-junto e
estreitando laços.
Poderíamos ainda arriscar
que, diferentemente das análises que costumam ser feitas sobre as amizades
virtuais – de que não seriam “verdadeiras” amizades ou que constituiriam uma
espécie de “degradação” de vínculos genuínos – ainda nos concebemos a partir de
algumas matrizes filosóficas e estas podem ser instrumentalizadas para
pensarmos a constituição dos vínculos de amizade próprios ao Facebook, por exemplo.
Em alguns
relatos de minha pesquisa de mestrado, os atores revelam que utilizam essas
redes como ferramentas para manter contato com amigos distantes. De fato, alguns expressam em seus questionamentos que
as amizades virtuais auxiliam a estreitar mais os vínculos com pessoas que estavam
distantes do seu dia-a-dia. Partindo dessa investigação, pode-se afirmar que a
rede facilita o contato com pessoas que já fazem parte da vida off line.
Arriscaríamos afirmar
que está sendo produzida uma nova modalidade de vínculo, constituída de forma
radical por esses novos dispositivos virtuais.
E a partir desse olhar eu pergunto: você acredita em
amizade virtual?
Um grande abraço
Teresa Amorim
A dissertação de mestrado
da autora está disponível no site da EICOS UFRJ link:
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