PESSOA
Ainda no clima da Rio +20, uma das coisas que mais me
chamaram a atenção foi pensar no sujeito, na pessoa desse planeta. Em meio à exposição
Humanidade 2012 do Forte de Copacabana, a poesia “Pessoa” de Arnaldo Antunes me
tocou profundamente:
Pessoa
Arnaldo Antunes (1993)
Coisa que acaba.
Troço que tem fim.
Sujeito.
Que não dura, que se
extingue.
Míngua.
Negócio finito, que
finda.
(...)
Coisa que passa, se
apaga, fina.
Pessoa.
Troço que definha.
Que será cinzas.
(...)
Sujeito.
Líquido que evapora.
Lixo que se joga
fora.
Coisa que não sobra,
soçobra, vai embora.
Que nada fixa.
(...)
Pessoa. Pedaço de
perda.
Coisa que cessa,
fenece, apodrece.
(...)
Negócio que some,
que se consome.
Sujeito.
(...)
Algo que morre,
falece, desaparece.
Que pessoas somos nós?
Pessoas de passagem? Fico pensando qual seria o nosso lugar no mundo. Talvez a
saída seja aceitar nosso desaparecer e ser original em nossa obra de vida.
Muitas pessoas gerenciam
suas vidas a partir do paradigma da infinidade e esquecem que, pessoa é coisa que acaba. É preciso, de fato, lembrar, de nossa finitude, sujeito é coisa que se extingue. A gente passa
e se apaga.
Por outro lado, existem pessoas
que reconhecem o valor da vida, da pessoa que quer deixar sua marca, sua obra,
mesmo inacabada. A grande questão é compreender sua missão de vida, de
transformar e desenvolver sua capacidade de viver e permanecer por aqui através
de sua biografia.
É necessário ser capaz de
viver na finitude. Será preciso equilibrar a tensão de viver mesmo sabendo que
iremos um dia iremos desaparecer. Sim, sujeito
é algo que morre, falece, desaparece.
Mas lembra-se que algo vai permanecer mesmo depois que você desaparecer. De
fato, somos parte da vida, mas a vida nunca nos pertencerá.
Realize
sua missão de vida e seja feliz!
Um abraço com carinho
Teresa Amorim
Nenhum comentário:
Postar um comentário